Sem dúvida a fantasia é a essência da escola de samba, a origem do carnaval e o item principal que atrai os passistas para sentirem a sensação de pisar na avenida.
Semelhante ao desejo inconsciente que leva as pessoas aos estádios de futebol, usar uma fantasia seria uma forma de se “extravasar”, de se libertar, mesmo que por um breve momento e de FORMA ANÔNIMA, das amarras das regras e pudores de condutas inerentes de nossa sociedade. É no momento do carnaval que as pessoas dão uma espécie de grito de desabafo e se permitem agir de forma que, normalmente, não o fariam e não o farão no resto do ano.
Como uma verdadeira relação de consumo, também é pela fantasia que a escola de samba cativa os foliões desapegados da agremiação, cujo desejo é apenas participar do desfile; já com relação aos adeptos, a escolha sempre será pela fantasia que estes entenderem como as mais bonitas e confortáveis (é claro que, neste ponto, excluímos os foliões de última hora, pois estes terão que se contentar somente com as fantasias que sobraram).
A alegoria, por sua vez, é, em disparada, a principal atração de uma escola de samba, principalmente para os leigos.
Todos que assistem aos desfiles prestam especial atenção aos carros alegóricos e, a partir do que veem e do que sentem, criam seu conceito de beleza e avaliam as chances de vitória da agremiação.
Desde os tempos antigos, os carros alegóricos ocupam posição de destaque, pois, é através deles, que a agremiação chama a atenção e cativa o público. É a melhor forma de se dizer: “chegamos para arrebentar”.
Como exposto neste trabalho, para se ter ótima avaliação dos quesitos fantasia e alegoria, estas devem estar em consonância ao enredo apresentado, serem criativas, muito bem confeccionadas e construídas e, principalmente, atentas aos detalhes.
É por isso que vale lembrar o título do livro escrito por Tadashi Kadomodo:
NINGUÉM TROPEÇA EM MONTANHA, cuide dos detalhes da vida.
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